Concurso: Vamos pela Sombra
Um certo dia meu estimado amigo Adriano Bastos, fundador do Aba Estúdio, disse que estava montando uma equipe para participar em um concurso de arquitetura, promovido pelo Instituto Iracema em parceria com a prefeitura de Fortaleza, intitulado: Vamos pela Sombra
No edital do concurso, pedia-se a elaboração de um mobiliário urbano que seria implantado ao longo da praia de Iracema, um lugar incrível e extremamente cultural da cidade de Fortaleza. Este mobiliário não só deveria atender as funções básicas de ser um lugar de descanso, mas principalmente, e este era o diferencial da proposta do concurso, deveria criar um ambiente de sombreamento agradável, visto que a cidade costuma ser muito ensolarada. Para quem me conhece, sabe que se tem um tema de profundo interesse meu na arquitetura, este seria a sombra – como ela afeta o modo que o ser humano habita o lugar. Assim, é obvio que aceitei o convite de imediato.
Nossa equipe, composta por Adriano Bastos, David Pontes, Gabriel Raposo, Kaila Lima, Lora Almeida, Marcela Menezes e eu, Thomas Takeuchi, teve a felicidade de ganhar o primeiro lugar e, por isso, teremos o projeto executado. Quem já fez um concurso sabe, as vezes desde o ponto de largada é possível saber se o projeto final será especial ou não. Quando a equipe está alinhada e na mesma ‘energia’, as coisas fluem, mesmo que com todo o estresse de ter que produzir, o trabalho no geral é leve e sobretudo divertido.
Agora, um pouco sobre nossa proposta, foi uma brincadeira poética que pretendia descreve os 3 elementos fundamentais da praia de Iracema: a carnaúba, a jangada e o quebra-mar.
Contudo, para atingir esta mesma poética, agora em linguagem arquitetônica, não foi tão simples. Passamos por diversas iterações até chegarmos no modelo final.
Depois de muitos testes, chegamos nesta forma:
Apesar de parecer apenas escultórica, a forma da cobertura foi fruto de uma análise da carta solar. Uma máscara solar foi criada, definindo meses e horários que deveriam ser sombreados. A orientação do mobiliário, bem como a rotação das aletas seguiram de acordo.
Se as aletas estiverem no caminho da máscara solar, elas rotacionam para ficarem ‘fechadas’ (perpendiculares à direção do solo), caso contrário elas se abrem.
Acredito que o resultado final traduziu bem a síntese da carnaúba, da jangada e do quebra-mar.
O que vocês acharam? Conseguimos traduzir a brincadeira poética em arquitetura?
Escreva nos comentários!